quarta-feira, 21 de abril de 2010

Sobre o 25 de Abril

E, já agora, se quiseres ficar a saber um pouco mais sobre esta data tão importante na nossa história recente, aqui ficam algumas sugestões de leituras que podes fazer.

ROMANCE DO 25 DE ABRIL, João Pedro Mésseder


E se um menino se chamasse Portugal? Ou então: pode o Portugal do antes do 25 de Abril ser comparado a um menino? Ora por que não?
Ouçam pois a sua história: como cresceu e sofreu e lutou até, já adulto, ver realizado um sonho.
E que sonho foi esse? O da liberdade, é claro. Mas imaginou também uma democracia e uma justiça que julgou possíveis no seu país à beira-mar.
Esse país onde hoje o mesmo menino, homem feito agora, continua atento a sonhar com um mundo melhor.
Uma data que não devemos esquecer. À maneira dos romances populares, o livro de João Pedro Mésseder, Romance do 25 de Abril, ajuda a conhecer e a compreender a Revolução de Abril.


VINTE E CINCO A SETE VOZES, Alice Vieira

O que aconteceu no dia 25 de Abril de 1974? Aparentemente a resposta é fácil. Mas só aparentemente, pois tudo vai depender da idade que têm os que a ela respondem... Para os mais novos, aqueles a quem 1974 é a Pré-História, 25 de Abril, 10 de Junho, 5 de Outubro ou 1.º de Dezembro é tudo o mesmo, ou seja, é feriado e isso é que importa. Para os mais velhos, as coisas não são assim tão simples. Do conjunto de sete vozes diferentes se faz esta história — com um final feliz, já que a liberdade também se pode festejar de mãos dadas num centro comercial da cidade...


O RAPAZ DA BICICLETA AZUL, Álvaro Magalhães


"O João subiu para a bicicleta, que rangeu aflitivamente. Às primeiras pedaladas, ela respondeu com alguns estalidos, como os dos ossos de um velho que se levanta de uma cadeira, mas pouco depois já rolava pela estrada abaixo. Ele pedalou com mais força e atravessou o ar morno da manhã. Sentia não sabia o quê que o empurrava para diante. Cheirava-lhe não sabia a quê, sabia-lhe não sabia a quê. E esse “não sei quê” era a liberdade. Estava dentro dele e à volta dele, por todo o lado. Também ele era um rapaz numa bicicleta azul e também ele levava a flor da liberdade numa manhã de Abril. Com ela, podia ir até onde quisesse. Por isso, pedalou ainda com mais força e avançou a sorrir na direcção do sol."


O TESOURO, Manuel António Pina

"Os corações exultaram de alegria e as janelas encheram-se de bandeiras e de cravos vermelhos: os soldados puseram cravos vermelhos nas espingardas e as mulheres esqueceram-se do jantar e das limpezas da casa e correram para a rua com os filhos ao colo e cravos vermelhos ao peito, chorando e rindo, comovidas e confusas; as pessoas que tinham sido expulsas e obrigadas a refugiar-se longe regressaram; as portas das cadeias abriram-se e os presos voltaram, a casa; os jovens vieram da guerra, felizes por estar de novo rodeados dos amigos e abraçar os pais e os irmãos; e os meninos e as meninas puderam pela primeira vez dar as mãos e falar e olhar-se, caminhando lado a lado sem medo de acusações nem de castigos."

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